Gerenciar riscos é uma prática essencial para garantir a segurança e a continuidade das atividades de uma organização. Para isso, existem diversas metodologias disponíveis, como o Método William T. Fine. Criado por um engenheiro americano, esse método tem como principal objetivo identificar, analisar e avaliar os riscos de forma sistemática e eficiente.
A metodologia William T. Fine consiste em um processo estruturado que envolve a análise duas variáveis principais, que são aplicadas em uma matriz e que permitem uma perspectiva mais completa sobre o cenário de riscos da empresa: o Grau de Criticidade e a Justificativa de Investimento. Neste artigo, vou abordar as principais características deste método e como ele pode ser aplicado para ajudar na gestão de riscos das organizações.
Por José Sergio Marcondes – Postado 02/11/2016 atualizado 2023
O que é o Método William T. Fine?
O Método William T. Fine é uma ferramenta de avaliação de riscos que tem como objetivo estabelecer prioridade de ação sobre os riscos identificados, equacionando o grau de risco com a disponibilidade econômica. Este método, assim como o Método de Mosler, é baseado em varáveis de probabilidade. O cálculo terá como base dados avaliações subjetivas.
O Metodologia William T. Fine é uma metodologia utilizada para avaliação de riscos em sistemas de produção industrial. Ele foi desenvolvido pelo engenheiro norte-americano William T. Fine na década de 1960 e desde então tem sido amplamente utilizado em diversas áreas industriais.
Este método é considerado uma metodologia robusta e confiável para avaliação de riscos em sistemas de produção industrial, e é amplamente utilizado em todo o mundo. No entanto, é importante destacar que a Metodologia William T. Fine deve ser adaptado e ajustado para atender às necessidades específicas de cada organização e setor industrial.
Quem foi William T. Fine?
William T. Fine foi um engenheiro americano que desenvolveu um método para identificação e avaliação de riscos em sistemas industriais, conhecido como Método William T. Fine. Ele nasceu em 1932 e estudou engenharia mecânica na Universidade da Califórnia, Berkeley.
Ao longo de sua carreira, Fine trabalhou em várias empresas e organizações, incluindo a Shell Oil Company e a Electric Power Research Institute. Ele foi reconhecido como um dos principais especialistas em gestão de riscos e segurança industrial, tendo publicado diversos artigos e livros sobre o tema. William T. Fine faleceu em 2009, deixando um legado importante para a área de gestão de riscos.
Existem duas fórmulas a serem utilizadas no processo de avaliação: Uma para avaliar e estimar o grau de criticidade e outra para avaliar e justificar o investimento no controle do risco:
Avaliação Grau de Criticidade no Método William T. Fine
Grau de Criticidade: Consequência x Exposição x Probabilidade
GC = C x E x P
A fórmula para o cálculo do grau de criticidade leva em consideração três fatores: Consequência, Exposição e Probabilidade:
Consequência – C – são os impactos mais prováveis caso o risco venha a se concretizar.
Características do Risco | Pontos |
a) quebra da atividade, fim da empresa, dano superior a um milhão de dólares. | 100 |
b) dano entre US$ 500 mil e US$ 1 milhão | 50 |
c) dano entre US$ 100 mil e US$ 500 mil | 25 |
d) dano entre US$ 1 mil e US$ 100 mil | 15 |
e) dano abaixo de US$ 1 mil | 5 |
f) pequenos danos | 1 |
Exposição ao risco – E – é a frequência que este risco costuma manifestar-se na organização ou atividade avaliada.
Características do Risco | Pontos |
a) várias vezes ao dia – frequentemente | 5 |
b) uma vez ao dia | 4 |
c) uma vez por semana ou mês – ocasionalmente | 3 |
d) uma vez ao mês ou ao ano – irregularmente | 2 |
e) raramente – sabe-se que ocorre, mas não com qual frequência. | 1 |
f) remotamente possível, não se sabe se já ocorreu. | 0,5 |
Probabilidade – P – é a real chance de o risco vir a acontecer, dentro de uma escala de possibilidades.
Características do Risco | Ponto |
a) espera-se que aconteça | 10 |
b) completamente possível – 50% de chances | 6 |
c) coincidência se acontecer | 3 |
d) coincidência remota – sabe-se que já ocorreu | 1 |
e) extremamente remota, porém possível | 0,5 |
f) praticamente impossível de ocorrer, uma chance em um milhão. | 0,1 |
Cada risco deverá ser pontuado de acordo com suas características nos três fatores da formula do Grau de Criticidade (GC=CxExP). O valor obtido na fórmula deve ser confrontado com a tabela abaixo para se obter prioridade nas ações a serem tomadas.
Tabela de Prioridade
GRAU DE CRITICIDADE – GC | PRIORIDADES – AÇÕES A TOMAR |
GC maior ou igual a 200 | Correção imediata – Risco tem que ser diminuído |
GC abaixo de 200 e maior ou igual a 85 | Correção urgente – Requer atenção |
GC menor que 85 | Risco deve ser eliminado |
Após ter realizado o estudo de priorização dos riscos, parte-se para o estudo da justificativa do investimento para se controlar o risco.
Avaliação Justificativa Investimento no Método William T. Fine
Para se valorizar o índice de investimento basta aplicar a fórmula abaixo:
Justificativa Investimento = Grau de Criticidade / Fator de Custo x Grau de Correção –
JI = GC/ FC x GC
Tanto o fator de custo como o grau de correção são, também, escala de valores descritas em tabelas, sendo:
Tabela de Fator de Custo
Características | Valor |
Maior que US$ 50.000 | 10 |
Entre US 25.000 E US$ 50.000 | 6 |
Entre US$ 10.000 E US$ 25.000 | 4 |
Entre US$ 1.000 E US$ 10.000 | 3 |
Entre US$ 100 E US$ 1.000 | 2 |
Entre US$ 25 E US$ 100 | 1 |
Menos que US$ 25 | 0,5 |
Tabela de Grau de Correção
CLASSIFICAÇÃO | VALOR |
RISCO ELIMINADO – 100% | 1 |
RISCO REDUZIDO – 75% | 2 |
RISCO REDUZIDO ENTRE 50% E 75% | 3 |
RISCO REDUZIDO ENTRE 25% E 50% | 4 |
RISCO REDUZIDO MENOR QUE 25% | 6 |
Uma vez definido fator de custo e o grau de correção aplica-se a fórmula JI = GC/ FC x GC. O valor obtido deve ser com a tabela abaixo para obter a avalição de investimento.
Escala de Validação do Índice de Justificação
Valor Justificativa de Investimento -JI | Justificativa Investimento |
IJ menor que 10 | Investimento duvidoso |
IJ entre 10 E 20 | Investimento normalmente justificado |
IJ maior que 20 | Investimento plenamente justificado, grande redução de riscos |
O valor da Justificativa de Investimento é denominado “índice de justificação” (IJ) do rendimento do investimento proposto. A princípio, o índice de justificação deverá ser superior a 10, para que o investimento seja considerado justificado. Quanto mais alto for este índice, maior será a necessidade de adoção de medidas de controle sobre o risco.
Conclusão
O Método William T. Fine é uma excelente ferramenta para avaliação de riscos em diferentes tipos de projetos e negócios. Através de sua metodologia sistemática, é possível identificar e avaliar riscos de forma precisa e eficaz, permitindo que as empresas tomem decisões mais informadas e seguras.
Com suas etapas de avaliação e priorização de riscos, a Metodologia William T. Fine pode ser aplicado em diversas áreas, tais como finanças, construção civil, petróleo e gás, entre outras.
Se você se interessou por esse tema, não deixe de conferir o meu artigo sobre o “Método de Mosler para Análise e Avaliação de Riscos“, onde apresentarei mais uma importante ferramenta para gestão de riscos em negócios e projetos.
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Especialista em Segurança Empresarial
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Risco de Segurança: O que é: Tipos e Exemplos de Riscos de Segurança
Avaliação de Riscos: O que é, Para que serve, Tipos e Métodos
Perigo e Risco: Diferença, Definição e Exemplos
Análise Qualitativa e Quantitativa de Riscos – Conceitos e Diferenças
Gerenciamento de Riscos: O que é? Conceitos, Objetivos e Processos.
Dados para Citação Artigo
MARCONDES, José Sérgio (02 de novembro de 2016). Método William T. Fine para Avaliação de Riscos. Disponível em Blog Gestão de Segurança Privada: https://gestaodesegurancaprivada.com.br/metodo-william-t-fine-identificacao-avaliacao-riscos/– Acessado em (inserir data do acesso).
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14 Comentários
Olá Andre SIlva!
Fico muito feliz em saber que gostou do artigo.
Obrigado pelo seu comentário.
Forte abraço e sucesso!
Excelente arquivo,esclarecedor e muito aplicável, linha direta de raciocínio.
Olá Gulbenkian!
Obrigado pelo seu comentário.
Forte abraço e sucesso.
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Olá Jorge Nogueira!
Obrigado pelo seu comentário.
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Excelente material!
Muito obrigado!
Olá Raimundo!
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Parabéns!
Excelente artigo!
Olá Lenilson!
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Boa tarde ! muito útil seus artigos sobre segurança, parabéns.
Olá Rodrigo!
Fico feliz em saber que meus artigos estão sendo úteis pra você.
Forte abraço e sucesso.
Marcondes, muito obrigado!
Seus artigos despertam cada vez mais minha vontade de evoluir na área que escolhi.
Olá Anuario Antonio!
Obrigado pelo comentário, forte abraço e sucessona sua carreira!
Meu caro Jose Sergio
Vce e uma fonte de inspiracao para mim.
tens sido uma grande ajuda na resposta das perguntas sobre o estudo na area de SEGURANCA.
Abraco