Você já se perguntou como grandes empresas evitam prejuízos mesmo em cenários de incerteza? A resposta muitas vezes está na matriz de riscos — uma ferramenta poderosa que permite visualizar, classificar e agir sobre riscos antes que eles se tornem crises.
Simples de aplicar, mas extremamente estratégica, essa matriz ajuda profissionais e organizações a transformar incertezas em decisões inteligentes, baseadas em dados e critérios claros de impacto e probabilidade.
Quer entender como essa ferramenta pode transformar sua forma de gerenciar projetos, processos e até mesmo sua estratégia empresarial? Continue lendo este artigo para descobrir tudo o que você precisa saber sobre a matriz de riscos — com explicações claras, exemplos práticos e orientações passo a passo.
O que é Matriz de Riscos?
A matriz de riscos — também conhecida como matriz de probabilidade e impacto — é uma ferramenta visual usada para identificar, analisar e classificar riscos com base em dois critérios fundamentais: a probabilidade de um risco ocorrer e o impacto que esse risco causaria caso se concretize.
Imagine uma tabela em formato de grade, onde o eixo vertical representa a probabilidade (de muito baixa a muito alta) e o eixo horizontal representa o impacto (de muito baixo a muito alto). Cada risco identificado é posicionado nessa matriz de acordo com seu nível de ameaça ou oportunidade, resultando em uma classificação visual que facilita a tomada de decisões estratégicas.
Esse formato gráfico permite que gestores, analistas e equipes visualizem rapidamente quais riscos são mais críticos — normalmente destacados em verde – risco baixo, amarelo – risco moderado, laranja – risco alto e vermelho – risco crítico. É uma forma inteligente e prática de separar o que exige ação imediata daquilo que pode ser apenas acompanhado de forma preventiva.
O grande diferencial da matriz de riscos está exatamente nessa simplicidade combinada com profundidade: com um único quadro, é possível enxergar o cenário completo de riscos de um projeto ou operação e tomar decisões com muito mais consciência e segurança.
Matriz de Risco Estendida
Além disso, vale destacar que o termo “risco”, nesse contexto, não se limita a eventos negativos. Muitas vezes, ele também pode representar oportunidades que, se bem exploradas, podem gerar ganhos estratégicos para o negócio. Por isso, algumas organizações utilizam duas matrizes separadas ou versões estendidas da matriz tradicional para analisar tanto ameaças quanto oportunidades.
Em resumo, a matriz de riscos é a ponte entre a identificação de incertezas e a ação prática. É com ela que conseguimos transformar informações dispersas em prioridades objetivas, otimizando recursos e aumentando a resiliência da organização frente aos desafios do ambiente interno e externo.
Para que serve a Matriz de Riscos?
Depois de entender o que é a matriz de riscos, a pergunta natural que surge é: afinal, para que ela serve na prática? E a resposta é direta — essa ferramenta é essencial para analisar, avaliar, priorizar e gerenciar riscos de forma estratégica. Ela transforma incertezas em informações úteis e orienta decisões com base em dados objetivos, não em suposições.
Principais finalidades da matriz de riscos:
- Organizar e dar visibilidade aos riscos identificados: A matriz facilita a leitura do cenário de ameaças, exibindo de forma clara onde estão os pontos críticos e o que pode ser monitorado sem tanta urgência.
- Estabelecer prioridades com base em critérios objetivos: Ao cruzar probabilidade e impacto, conseguimos saber exatamente quais riscos precisam ser tratados primeiro, o que evita desperdício de recursos e foco em problemas menores.
- Tomar decisões embasadas: A ferramenta ajuda gestores a decidirem com mais confiança quais medidas devem ser adotadas, como transferir, mitigar, aceitar ou evitar determinados riscos.
- Apoiar o planejamento estratégico e a execução de projetos: Seja na fase de planejamento ou durante a execução, a matriz oferece uma visão dinâmica dos riscos ao longo do tempo.
- Estimular a cultura de prevenção na organização: Quando usada de forma adequada e recorrente, a matriz fortalece uma mentalidade proativa, onde todos passam a identificar e reportar riscos com mais responsabilidade.
Ao compreender a função da matriz de riscos, fica evidente que ela não é apenas uma ferramenta operacional, mas um instrumento de gestão estratégica e preventiva, capaz de proteger resultados e antecipar cenários desfavoráveis.
Por que devo usar uma Matriz de Riscos?
Se até aqui você já entendeu o que é e para que serve, talvez ainda reste uma dúvida: por que devo realmente utilizar uma matriz de riscos na minha rotina profissional ou organizacional? A resposta é simples: porque ignorar riscos pode custar caro — em tempo, dinheiro, reputação e, em alguns casos, até na continuidade do negócio.
5 razões poderosas para usar a matriz de riscos:
- Evita surpresas desagradáveis: Ao mapear previamente os riscos, você se antecipa aos problemas e pode agir antes que eles causem prejuízos.
- Facilita a priorização de recursos: Em vez de “apagar incêndios” aleatoriamente, a matriz mostra exatamente onde focar tempo, equipe e orçamento.
- Melhora a tomada de decisões: Com uma leitura clara do risco, as decisões deixam de ser intuitivas ou baseadas em achismos, passando a ser fundamentadas em critérios objetivos.
- Aumenta a eficiência dos processos: A prevenção permite que operações fluam com menos interrupções, reduzindo retrabalho e aumentando a produtividade.
- Fortalece a governança e a credibilidade: Organizações que utilizam uma gestão de riscos estruturada demonstram maturidade, responsabilidade e comprometimento com seus resultados — algo valorizado por investidores, parceiros, auditores e até clientes.
Em resumo, usar uma matriz de riscos é escolher trabalhar com inteligência, previsibilidade e controle. É a diferença entre correr riscos e gerenciá-los com responsabilidade e estratégia.
Quando utilizar a Matriz de Riscos?
A Matriz de Riscos pode — e deve — ser aplicada sempre que houver incerteza em relação ao sucesso de uma atividade, processo ou projeto. Ou seja, toda vez que a possibilidade de perdas, falhas, imprevistos ou mesmo oportunidades relevantes estiver no radar, a matriz entra em ação como bússola para guiar a tomada de decisões.
Situações ideais para usar a matriz de riscos:
- No início de projetos: Antes de iniciar o projeto, usar a matriz permite prever obstáculos que podem afetar prazos, orçamento ou qualidade. Ela ajuda a construir um plano mais sólido e reduzir surpresas no meio do caminho.
- Durante o planejamento estratégico: Ao traçar objetivos de longo prazo, identificar riscos externos (como mudanças políticas, econômicas ou tecnológicas) e internos (como falta de recursos ou gargalos operacionais) é indispensável para construir um plano realista e resiliente.
- Em processos críticos e rotinas operacionais: Mesmo fora de projetos específicos, a matriz pode ser aplicada em processos sensíveis, como produção, logística, atendimento ao cliente, segurança ou compliance. Isso permite manter um controle contínuo sobre os riscos operacionais.
- Na avaliação de fornecedores ou contratos: Antes de fechar um novo contrato ou firmar parceria com um fornecedor, a matriz de riscos ajuda a analisar possíveis falhas de entrega, riscos legais ou impacto financeiro, evitando decisões precipitadas.
- Durante a elaboração de uma análise SWOT: A matriz de riscos complementa a análise SWOT ao permitir uma avaliação mais detalhada das ameaças e oportunidades, facilitando a priorização as atividades no plano de ação.
Agora que já sabemos quando aplicar, vamos entender quais são os elementos fundamentais que compõem essa ferramenta tão poderosa.
Quais são as Dimensões (elementos) de uma Matriz de Riscos?
Antes de aplicar ou montar uma matriz de riscos, é fundamental compreender os elementos que a compõem. Esses componentes são o alicerce da ferramenta, pois permitem a avaliação clara e objetiva de cada risco identificado.
Na prática, uma matriz de riscos é formada por dois eixos principais — probabilidade e impacto —, os quais se cruzam em uma tabela bidimensional. Cada risco é posicionado dentro dessa tabela com base em seu grau de ameaça (ou oportunidade), permitindo uma visualização clara da sua criticidade.
1. Probabilidade (Eixo Vertical)
A probabilidade é a chance de o risco realmente acontecer. Em outras palavras, ela representa o grau de previsibilidade de um evento indesejado (ou desejado, no caso de oportunidades).
Ela é geralmente representada no eixo vertical da matriz e pode ser definida de forma qualitativa ou quantitativa. Abaixo estão exemplos comuns de classificação:
- Muito baixa: 1% a 10% – Evento extremamente improvável
- Baixa: 11% a 30% – Pode ocorrer esporadicamente
- Moderada: 31% a 50% – Pode ocorrer algumas vezes ao ano
- Alta: 51% a 70% – Pode ocorrer mensalmente
- Muito alta: 71% a 100% – Tendência de ocorrência frequente
Essa escala pode variar de acordo com o contexto do negócio, setor ou projeto. O importante é que ela seja padronizada e compreensível para todos os envolvidos.
💡 Dica prática: Sempre que possível, utilize dados históricos, indicadores de desempenho ou experiências anteriores para embasar a análise de probabilidade. Isso ajuda a evitar julgamentos subjetivos.
2. Impacto (Eixo Horizontal)
Já o impacto diz respeito à gravidade das consequências caso o risco venha a se materializar. Ele ocupa normalmente o eixo horizontal da matriz e também pode ser definido com base em níveis descritivos ou numéricos.
A seguir, um exemplo de classificação de impacto:
- Muito baixo: Consequências mínimas ou imperceptíveis
- Baixo: Consequências reversíveis, com custo e tempo reduzidos
- Moderado: Consequências relevantes, porém gerenciáveis
- Alto: Danos significativos, que afetam metas ou prazos
- Muito alto: Consequências catastróficas ou irreversíveis
O impacto pode ser financeiro, operacional, reputacional, jurídico, ambiental, entre outros. Por isso, é essencial definir claramente quais critérios serão usados para medir o impacto em cada contexto.
🎯 Exemplo: Uma falha de sistema pode ter impacto diferente em uma empresa de e-commerce (impacto muito alto) do que em um escritório de contabilidade (impacto moderado).
3. Classificação de Risco (Resultado da Combinação)
Quando cruzamos os dois elementos — probabilidade × impacto —, obtemos a classificação final do risco. Essa classificação é o que define a posição do risco dentro da matriz e, consequentemente, o nível de prioridade de tratamento.
Os níveis mais comuns são:
- Risco baixo (zona verde): Pode ser apenas monitorado
- Risco moderado (zona amarela): Exige atenção e plano de contingência
- Risco alto (zona laranja): Requer ação corretiva imediata
- Risco crítico (zona vermelha): Prioridade máxima de intervenção
A representação gráfica dessas classificações costuma usar cores intuitivas para facilitar a leitura e o engajamento visual da equipe. Algumas matrizes também incluem um quinto nível — “risco extremo” — para eventos de impacto devastador.
Como funciona a Matriz de Riscos?
Agora que você já conhece os elementos que compõem a matriz de riscos, é hora de entender como essa ferramenta funciona na prática. Afinal, saber interpretar corretamente sua dinâmica é o que permite utilizá-la de forma eficaz para tomar decisões estratégicas e proteger os objetivos da sua organização.
A matriz de riscos funciona como uma ferramenta de cruzamento entre dois eixos principais: a probabilidade de um risco ocorrer (eixo vertical) e o impacto que ele causaria (eixo horizontal). Cada risco identificado é posicionado em uma célula da matriz, que resulta da combinação entre esses dois critérios.
Esse posicionamento revela o nível de prioridade que deve ser dado àquele risco — seja ele uma ameaça ou uma oportunidade. Quanto maior a probabilidade e maior o impacto, mais urgente será o tratamento do risco.
Na próxima seção, você aprenderá passo a passo como montar a sua própria matriz de riscos, com dicas práticas e exemplos que vão facilitar a implementação.
Como montar (fazer) uma Matriz de Risco?
Agora que você já compreendeu como a matriz de riscos funciona, é hora de aprender a colocá-la em prática. Montar essa ferramenta não exige softwares caros ou conhecimentos técnicos avançados. Com organização, critério e participação da equipe, é possível aplicar a matriz de forma eficaz mesmo em empresas de pequeno porte ou projetos simples.
A seguir, apresento um passo a passo prático e direto para que você consiga construir sua própria matriz de riscos com segurança e objetividade:
1. Defina os critérios de análise
Antes de qualquer coisa, é essencial estabelecer os critérios que serão usados para avaliar a probabilidade e o impacto dos riscos. Esses critérios precisam estar claros para todos os envolvidos, pois são eles que darão consistência à matriz.
Exemplos de critérios para probabilidade:
- Muito baixa (1): Evento altamente improvável (1% a 10%)
- Baixa (2): Pode acontecer raramente (11% a 30%)
- Moderada (3): Pode ocorrer algumas vezes ao ano (31% a 50%)
- Alta (4): Pode ocorrer frequentemente (51% a 70%)
- Muito alta (5): Tendência forte de acontecer (71% a 100%)
Exemplos de critérios para impacto:
- Muito baixo (1): Consequência insignificante, facilmente contornável
- Baixo (2): Dano leve, reversível em curto prazo
- Moderado (3): Consequência relevante, mas gerenciável
- Alto (4): Prejuízo significativo ou interrupção relevante
- Muito alto (5): Dano crítico, com impactos irreversíveis
🛠️ Dica prática: Personalize os critérios de acordo com a realidade do seu negócio ou projeto. Um mesmo impacto pode ser considerado grave em um setor e irrelevante em outro.
2. Escolha a ferramenta de apoio
A matriz de riscos pode ser montada em ferramentas simples, como planilhas eletrônicas (Excel, Google Sheets), quadros físicos, folha de papel ou até mesmo softwares especializados em gestão de riscos, como:
- Microsoft Excel com fórmulas automatizadas
- Desenho folha de papel
- Trello (com etiquetas de criticidade)
- Softwares como RiskWatch, ISOTools, Qualiex
O mais importante é que a ferramenta escolhida permita visualizar claramente o cruzamento entre probabilidade e impacto, usando cores e células para representar os níveis de risco.
3. Identifique os riscos envolvidos
Essa é uma etapa essencial. Reúna as partes interessadas (gestores, colaboradores, técnicos) e conduza sessões de levantamento de riscos. Algumas perguntas que ajudam nesse momento:
- Quais são os eventos que poderiam comprometer este processo ou projeto?
- Já tivemos problemas semelhantes no passado?
- Existem dados ou indicadores que apontam riscos emergentes?
Liste todos os riscos — tanto ameaças quanto oportunidades — e dê a eles um código ou nome para facilitar o controle. Exemplo: R.1, R.2 etc.)
4. Analise cada risco individualmente
Para cada risco listado, defina:
- A probabilidade de ocorrência, com base nos critérios definidos
- O impacto caso o risco ocorra, também conforme os critérios
Essa avaliação pode ser feita individualmente ou em grupo. O importante é garantir que haja embasamento (histórico, dados, experiência) e que a análise não seja feita de forma aleatória.
5. Posicione os riscos na matriz
Com os valores de probabilidade e impacto definidos, cruze essas informações e posicione cada risco na célula correspondente da matriz.
- Risco Crítico >=15<=25
- Risco Alto >=8<=12
- Risco Moderado >=4<=6
- Risco Baixo >=1<=3
Por exemplo:
- Um risco com probabilidade 4 e impacto 5 será posicionado na célula 4×5, que corresponde a uma classificação de 20 pontos — risco crítico.
- Já um risco com probabilidade 2 e impacto 3 ficará na célula 2×3, com classificação de 6 pontos — risco moderado.
- Use cores (verde, amarelo, laranja, vermelho) para facilitar a leitura visual da matriz.
6. Priorize e planeje as ações
Após preencher a matriz, você terá uma visão clara de quais riscos precisam de resposta imediata, quais podem ser monitorados e quais representam oportunidades.
Crie um plano de ação com as estratégias de tratamento de risco:
- Evitar: eliminar a causa do risco
- Reduzir: diminuir a probabilidade ou o impacto
- Transferir: terceirizar, contratar seguro ou repartir responsabilidades
- Aceitar: assumir o risco, quando for justificável
7. Monitore e atualize a matriz regularmente
A matriz de riscos não é estática. À medida que o projeto evolui ou o ambiente muda, os riscos também se transformam. Por isso, revise periodicamente a matriz e atualize a posição dos riscos, registrando novas ocorrências, mudanças de contexto e os resultados das ações adotadas.
✅ Resumo prático do processo:
Defina critérios claros de probabilidade e impacto
- Escolha a ferramenta para construir a matriz
- Liste e classifique os riscos relevantes
- Avalie cada risco com base nos critérios
- Posicione os riscos na matriz
- Priorize e trate os riscos críticos
- Monitore e atualize conforme o cenário evolui
Com esses passos, você estará pronto para aplicar a matriz de riscos de forma eficaz e com segurança. Agora que você já sabe como montar, é hora de entender por que ela traz tantos benefícios práticos e estratégicos para a gestão.
Benefícios da utilização da Matriz de Riscos
A seguir, quais são os principais benefícios de usar a matriz de riscos na prática, tanto para projetos quanto para operações contínuas e gestão estratégica.
- Melhora a tomada de decisão: A matriz oferece uma visão objetiva e estruturada sobre os riscos existentes, o que permite aos gestores decidirem com base em dados reais e critérios consistentes. Em vez de agir no improviso ou na intuição, você passa a contar com uma base sólida para avaliar o que deve ser feito — e quando.
- Facilita a priorização de ações: Com a classificação visual dos riscos em cores e níveis, fica fácil saber quais problemas exigem atenção imediata e quais podem ser monitorados sem tanta urgência. Isso otimiza o uso do tempo, dos recursos financeiros e da energia da equipe.
- Reduz custos e prejuízos futuros: Antecipar riscos significa evitar impactos financeiros, operacionais e reputacionais. Em muitos casos, investir na prevenção custa menos do que lidar com as consequências de uma falha. A matriz atua como uma espécie de escudo, protegendo o seu negócio contra o imprevisto.
- Aumenta a eficiência dos processos: Ao mapear os riscos associados a cada etapa de um processo, é possível identificar gargalos, pontos frágeis e oportunidades de melhoria. Isso permite otimizar fluxos de trabalho, reduzir desperdícios e garantir entregas com mais qualidade e previsibilidade.
- Melhora a comunicação e o alinhamento entre áreas: A visualização clara e objetiva da matriz facilita a comunicação entre equipes técnicas, gestores e partes interessadas. Todos passam a falar a mesma língua em relação à gestão de riscos, o que reduz conflitos, mal-entendidos e decisões desalinhadas.
Agora que você entende todo o potencial dessa ferramenta, vamos à parte mais prática e concreta: ver como ela é aplicada em diferentes contextos e setores.
Exemplos de aplicação da Matriz de Riscos
A seguir, apresento casos concretos de uso da matriz de riscos em contextos variados. Cada exemplo inclui o risco identificado, sua avaliação com base em probabilidade e impacto, e o posicionamento final na matriz, mostrando como essa análise orienta a tomada de decisões.
R.1 – Projeto de implantação de um sistema ERP (Tecnologia da Informação)
- Risco identificado: Atraso na entrega dos módulos críticos por parte do fornecedor
- Probabilidade: Alta (ocorreu em projetos anteriores)
- Impacto: Muito alto (pode paralisar operações e comprometer cronograma geral)
- Classificação na matriz: Risco crítico (vermelho)
➡ Ação recomendada: Adotar cláusulas contratuais com penalidades, implementar plano de contingência com entregas parciais e revisar o cronograma com margens de segurança.
R.2 Gestão de pessoas (Recursos Humanos)
- Risco identificado: Alta rotatividade de profissionais chave em áreas técnicas
- Probabilidade: Moderada (histórico de perdas recentes)
- Impacto: Alto (afeta projetos em andamento e exige tempo de adaptação)
- Classificação na matriz: Risco alto (laranja)
➡ Ação recomendada: Reforçar estratégias de retenção, promover programas de reconhecimento e mapear sucessores para cargos críticos.
R.3 Licitação pública (Setor de contratos e jurídico)
- Risco identificado: Desclassificação por falha na documentação técnica
- Probabilidade: Baixa (equipe experiente, mas possibilidade existe)
- Impacto: Muito Alto (perda de contrato estratégico)
- Classificação na matriz: Risco moderado (laranja)
➡ Ação recomendada: Implementar checklists rigorosos, realizar revisões cruzadas antes da submissão e treinar a equipe jurídica sobre mudanças recentes no edital.
R.4 Operações industriais (Produção e Logística)
- Risco identificado: Falta de matéria-prima por atraso de fornecedores internacionais
- Probabilidade: Alta (instabilidade no mercado global)
- Impacto: Alto (pode interromper a produção por dias)
- Classificação na matriz: Risco crítico (vermelho)
➡ Ação recomendada: Buscar fornecedores alternativos nacionais, revisar contratos logísticos e manter estoques mínimos de segurança.
R.5 Segurança da informação (Compliance e proteção de dados)
- Risco identificado: Vazamento de dados sensíveis de clientes
- Probabilidade: Moderada (fragilidade em alguns sistemas)
- Impacto: Muito alto (multas por descumprimento da LGPD e danos reputacionais)
- Classificação na matriz: Risco crítico (vermelho)
➡ Ação recomendada: Reforçar políticas de segurança, investir em criptografia e capacitar colaboradores sobre boas práticas no tratamento de dados.
✅ O que esses exemplos nos mostram?
- A matriz de riscos é aplicável a qualquer área da organização, desde tecnologia até RH, passando por logística, jurídico, segurança, marketing e estratégia.
- O uso da matriz não depende do tamanho da empresa: startups, pequenas empresas, multinacionais e órgãos públicos podem se beneficiar da mesma lógica.
Seja para proteger resultados ou aproveitar momentos estratégicos, a matriz de riscos é um instrumento de gestão essencial, capaz de antecipar o inesperado e tornar sua organização mais resiliente e inteligente.
Conclusão
Ao longo deste artigo, você pôde ver que a matriz de riscos é muito mais do que uma simples tabela — ela é uma ferramenta essencial para quem busca tomar decisões mais estratégicas, antecipar problemas e transformar incertezas em oportunidades.
Vimos que a matriz ajuda a identificar, avaliar, classificar e priorizar riscos com base em dois critérios simples e poderosos: probabilidade e impacto. Exploramos seus elementos, o passo a passo de como construí-la, os inúmeros benefícios práticos e estratégicos que ela proporciona, além de exemplos reais de aplicação em diferentes áreas da gestão.
O principal ganho ao incorporar essa ferramenta é a capacidade de agir com inteligência e proatividade, evitando perdas, otimizando recursos e fortalecendo a cultura de prevenção em toda a organização.
Mas a jornada não termina aqui. Identificar e classificar riscos é apenas o começo. O próximo passo — e igualmente importante — é saber como tratá-los de forma eficiente, definindo ações adequadas para mitigar, transferir, aceitar ou eliminar cada risco.
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📘 Tratamento de Riscos: O que é, Etapas e Como Realizar
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Autor José Sergio Marcondes
José Sergio Marcondes é um Especialista em Segurança Empresarial, graduado em Gestão de Segurança Privada, MBA em Gestão Empresarial e Segurança Corporativa. Certificações CES, CISI, CPSI. Mais de 30 anos de experiência na área de segurança privada. Conecte nas suas redes sociais.
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Dados para Citação Artigo
MARCONDES, José Sergio (10 de junho de 2025). Matriz de Riscos: O Que É, Para Que Serve e Como Fazer. Disponível em Blog Gestão de Segurança Privada: https://gestaodesegurancaprivada.com.br/matriz-de-riscos/– Acessado em (inserir data do acesso).
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