A Teoria do equilíbrio organizacional é uma importante teoria advinda da Teoria Comportamental que supõe que a organização é um sistema social no qual os participantes oferecem trabalho e dedicação para a organização em troca de incentivos (benefícios). Conhecer os princípios dessa teoria é fundamental para aqueles que exercem cargos de liderança e gestão de pessoas.
É importante entender que a organização tem expectativas em relação às pessoas e as pessoas têm expectativas em relação à organização, e o equilíbrio do atendimento dessas expectativas é o que gera um clima favorável para a manutenção e sustentabilidade da organização.
Esse artigo traz uma descrição explicação sobre a Teoria do Equilíbrio Organizacional e os principais elementos que compõem essa importante teoria da motivação.
Escrito por José Sérgio Marcondes
Postado 23/09/2021
O que é Teoria do Equilíbrio Organizacional?
A Teoria do Equilíbrio Organizacional é uma importante teoria da motivação advinda da teoria comportamental que afirma que a organização é um sistema no qual os participantes oferecem trabalho e dedicação para a organização em troca de incentivos.
De acordo essa teoria as organizações fazem investimentos nos participantes da organização (através de incentivos) enquanto esperam retorno (contribuição). Os participantes, por sua vez, também fazem investimentos na organização (contribuição), buscando retorno para si (incentivos). Essa troca é que gera a relação de reciprocidade entre organizares e seus participantes.
Neste sentido, o equilíbrio organizacional diz que os participantes da organização irão manter sua participação na medida que percebam que essa participação vale a pena para eles, pois eles devem receber recompensas/incentivos que estejam de acordo com o esforço empreendido em prol da organização. Há equilíbrio quando todos os participantes contribuírem na medida que a organização possa continuar gerando retornos suficientes para distribuir para que os participantes continuem atuando.
A Teoria do Equilíbrio Organizacional refere-se a um processo contínuo de busca do equilíbrio e de reciprocidade.
Princípios do Equilíbrio Organizacional
No desenvolvimento da sua Teoria Simon buscou conhecer os motivos pelos quais as pessoas cooperam nas organizações, neste contexto ele passou a considerar as organizações como sendo um sistema que recebe contribuições de participantes.
Em contrapartida, as organizações oferecem incentivos para que haja equilíbrio entre os objetivos pessoais e os objetivos organizacionais. Na visão de Simon, a empresa só vai alcançar seus objetivos se houver cooperação entre as pessoas (ou equipes) de forma coordenada para que todo o esforço seja útil para alcançar um propósito. Para que isto funcione, há a necessidade da divisão de tarefas e hierarquia.
- Cooperação – envolve a coordenação dos esforços das pessoas.
- Racional – envolve divisão do trabalho e hierarquia definida.
De acordo a teoria de Simon, num ambiente organizacional há uma interação entre a organização e as pessoas, denominada Processo de Reciprocidade. Para os sociólogos é a Norma de Reciprocidade e para os psicólogos é o Contrato Psicológico, um ajuste entre o indivíduo e a organização. Contudo, este acerto vai além do contrato formal: é o que ambas as partes esperam ganhar com o contrato formal.
Elementos da Teoria do Equilíbrio Organizacional
1. As Contribuições dos Participantes
são todos os tipos de “pagamentos” que os participantes (ou equipes participantes ) efetuam para a organização. A utilidade das contribuições é o valor do esforço de cada participante (ou equipes de participantes) tem para a organização alcançar objetivos e ter continuidade. Trabalho, competências, dedicação, esforço, assiduidade, pontualidade, lealdade, talento, reconhecimento, outros.
2. Os Incentivos
são todos os tipos de “pagamentos” que a organização faz aos participantes (ou grupos de participantes. Cada incentivo possui uma determinada utilidade, variável de indivíduo para indivíduo. Salário, benefícios, premiações, elogios, promoções, reconhecimento, outros.
3. Os Participantes
Qualquer organização é constituída por vários sistemas de comportamentos sociais inter-relacionados entre várias pessoas.
Os participantes ou equipes participantes recebem incentivos (recompensas), contribuem com a organização e mantém a participação enquanto os incentivos dados pela organização forem maiores ou no mínimo iguais às contribuições.
Tipos de participantes: são todos que recebem incentivos e que trazem contribuições para a continuidade da organização. Nem todos os participantes atuam dentro da organização, mas todos têm um determinado grau de reciprocidade com ela. Há cinco tipos de participantes:
- Funcionários;
- Investidores;
- Fornecedores;
- Distribuidores; e
- Consumidores
4. Reciprocidade
As noções de troca social têm marcante influência sobre a maneira como são interpretadas as relações entre funcionários e organização. O maior destaque é para a reciprocidade: responder uma ação positiva com outra ação positiva e uma ação negativa com outra negativa. Isto significa equilíbrio e igualdade numa relação.
Uma organização tem uma expectativa em relação aos funcionários e, da mesma forma, os funcionários têm expectativas em relação à organização.
Há um processo entre as pessoas e as organizações: A organização tem expectativas em relação às pessoas e as pessoas têm expectativas em relação à organização. A organização espera alcançar seus objetivos através das ações das pessoas na realização de tarefas. As pessoas esperam alcançar seus objetivos pessoais e satisfazer suas necessidades através da organização.
Premissas da Teoria do Equilíbrio Organizacional
Segundor Chiavenato (2011), as premissas básicas da teoria do equilíbrio organizacional são:
- A organizado é um sistema de comportamentos sociais inter-relacionados de varias pessoas, que são os participantes da organização;
- Cada participante e cada grupo de participantes recebe incentivos (recompensas) em troca dos quais faz contribuição a organização;
- O participante somente mantem sua participarão na organização enquanto os incentivos (recompensas) que lhe são oferecidos forem iguais ou maiores (em termos dos valores que representam para o participante) do que as contribuições que lhe são exigidas;
- As contribuições trazidas pelos vários participantes constituem a fonte na qual a organização se alimenta dos incentivos que oferece aos participantes;
- A organização somente continuara existindo enquanto as contribuições forem suficientes para proporcionar incentivos em quantidade suficiente para induzir os participantes a prestação de suas contribuições.
Ao estudar os motivos pelos quais as pessoas cooperam, os behavioristas visualizam a organização como um sistema que recebe contribuições sob a forma de dedicação ou trabalho e em troca oferece incentivos. Os conceitos básicos dessa teoria são:
a) Incentivos: “pagamentos” feitos pela organização aos seus participantes (salários, oportunidades de crescimento etc).
b) Utilidade dos incentivos: cada incentivo possui um valor de utilidade que varia de indivíduo para indivíduo.
c) Contribuições: são os “pagamentos” que cada participante efetua à sua organização (trabalho, dedicação, esforço etc).
d) Utilidade das contribuições: é o valor que o esforço que um indivíduo tem para a organização, a fim de que esta alcance seus objetivos.
Principais Contribuições e Incentivos de acordo com a Teoria do Equilíbrio Organizacional
As principais contribuições e incentivos dos diferentes participantes são (Chiavenato, 2011):
Participantes (parceiros) | Contribuições (investimentos pessoais) | Incentivos (retorno esperado) |
---|---|---|
Empregados | Trabalho, dedicação, esforço pessoal, desempenho, lealdade, assiduidade | Salário, benefícios, prêmios, elogios, oportunidades, reconhecimento, segurança no trabalho. |
Investidores | Dinheiro, na forma de investimentos, empréstimos, financiamentos. | Rentabilidade, lucratividade, liquidez, dividendos, retorno do investimento. |
Fornecedores | Materiais, matérias-primas, tecnologia, serviços especializados | Preço, condições de pagamento, faturamento, garantia de novos negócios. |
Clientes | Dinheiro, por meio da compra de produtos/serviços, seu consumo ou utilização | Preço, qualidade, condições de pagamento e satisfação de necessidades. |
Da mesma forma que uma organização tem expectativas acerca de seus participantes, quanto às suas atividades, talentos e potencial de desenvolvimento, também os participantes têm suas expectativas em relação à organização.
As pessoas ingressam e fazem parte da organização para obter satisfação de suas necessidades pessoais através de sua participação nela. Para obter essas satisfações, as pessoas estão dispostas a fazer investimentos pessoais na organização ou a incorrer em certos custos. Por outro lado, a organização recruta pessoas na expectativa de que elas trabalhem e desempenhem suas tarefas.
Neste contexto surge uma interação entre pessoas e organização, a que se dá o nome de processo de reciprocidade: a organização espera que as pessoas realizem suas tarefas e oferece-lhes incentivos e recompensas, enquanto as pessoas oferecem suas atividades e trabalho esperando obter certas satisfações pessoais. As pessoas estão dispostas a cooperar desde que suas atividades na organização contribuam diretamente para o alcance de seus próprios objetivos pessoais.
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Forte abraço e sucesso!
José Sérgio Marcondes – CES
Especialista em Segurança Empresarial
Consultor em Segurança Privada
Diretor do IBRASEP
Leia também…
Sugiro a leitura dos artigos a seguir como forma de complementar o aprendizado desse artigo.
Teoria Comportamental: O que é, Origem, Características e Fundamentos
Teoria da Aceitação da Autoridade (Barnard): O que é? Conceitos
Dados para Citação Artigo
MARCONDES, José Sérgio (28 de setembro de 2021). Teoria do Equilíbrio Organizacional: O que é, Elementos e Premissas. Disponível em Blog Gestão de Segurança Privada: – Acessado em (inserir data do acesso).
Referencias Bibliográficas
CHIAVENATO, Idalberto. IntroduÁ„o ‡ Teoria Geral da AdministraÁ„o. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. In: Teoria Comportamental. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
ROBBINS, Stephen P. JUDGE, Timothy A. SOBRAL, Filipe. Comportamento Organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. S„o Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010
SIMON, HERBERT ALEXANDER. Comportamento Administrativo. Editora FGV. Rio de Janeiro, 1970.
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