Imagem de um castelo como exemplo de origem da segurança física.

A origem da segurança física, teve início provavelmente na pré-história (em torno de 60.000 anos A.C.), quando o homem percebeu a necessidade de proteger se contra os riscos oferecidos pela natureza e por seus semelhantes.

Nesse período o homem primitivo abandonou suas práticas nômades de coletor de alimentos e progressivamente assumiu a atitude de caçador, criador, agricultor e de pastor, fixando-se em determinadas regiões.

Nessa época aparecem as primeiras aldeias com casas de madeira, barro ou pedra nas margens de rios e lagos, primeiras construções visando a segurança física das pessoas e bens.

Por José Sérgio Marcondes.
Postado 24/08/2015 15:10 e atualizado 21/02/2020



Índice do Conteúdo

1. Origem da Segurança Física
2. Origem da Segurança Patrimonial
3. Origem das Cidades Muradas
4. Segurança Física na Idade Média
5. Castelos Medievais e a Segurança Física
6. Evolução da Segurança dos Castelos
7. Elementos de Defesa dos Castelos
8. Teoria dos Círculos Concêntricos
9. Conclusão
10. Participação do Leitor
11. Dados para Citação em Trabalhos
11. Referencias Bibliográficas


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1.Origem da Segurança Física?

Inicialmente os homens eram nômades, ou seja, grupos coletores que não possuíam moradia fixa andavam em bandos e viviam da coleta de frutos e raízes, e da caça de animais.

E como precisavam deixar o local constantemente, buscavam moradias provisórias em cavernas e vãos entre rochas.

Nesse período não tinham a preocupação com a segurança de bens ou moradias.

Apenas cuidavam da sua própria sobrevivência abrigando se em cavernas para protegerem se das condições climáticas, inimigos e de predadores. Atitudes que podemos considerar percursora da origem da segurança física.

Com o passar do tempo, o homem mudou seus hábitos e passou de coletor e caçador para produtor de alimentos, dando fim ao período paleolítico (10.000 a.C).

Imagem 02 – Aldeia homens pre-históricos

Nessa época aparecem as primeiras aldeias com casas de madeira, barro ou pedra nas margens de rios e lagos, primeiras construções visando a segurança física das pessoas e bens.

Ocasião onde pode se observar indícios do uso de medidas voltadas para proteção física de pessoas e bens, configurando a origem da segurança física.

A produção de alimentos começou a ser feita pelo homem e a preocupação com a coleta passou a não existir mais.

No entanto surgiu uma nova preocupação, a de organizar e disciplinar o convívio social entre os membros dessas comunidades, de forma que fossem respeitados os direitos e bens individuais e coletivos.

Surgindo então, uma organização social, política e econômica revolucionária para a época, que deu origem as primeiras Aldeias e Cidades.

Começou se a estabelecer regras de convívio e comportamento em grupo de forma a disciplinar as relações em sociedade.


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2. Origem da Segurança Patrimonial

Com essa mudança nos modos de vida, o homem passou a reunir bens patrimoniais (moradia, alimentos, animais etc).

Esse acumulo de bens gerou a necessidade de se adotar medidas de  segurança a fim de proteger os bens produzidos e acumulados.

Fato que deu início a preocupação com a segurança patrimonial, seguimento da segurança privada voltado para proteção do patrimônio de pessoas e organizações.

Passaram a construir casas cada vez mais resistentes  e seguras, de forma a proteger seus familiares e bens contra animais predadores e tribos inimigas, aperfeiçoando dessa forma as técnicas de segurança física.


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3. Origem das Cidades Muradas

Com o passar do tempo, houve um crescimento das vilas, tornando-se cidades e junto também, um aumento dos conflitos entre essas cidades.

Com o objetivo de proteger fisicamente seus moradores,  as cidades da época, passaram a serem cercadas por grandes muralharas.

A muralhas serviam como barreiras físicas a  fim de evitar e dificultar o ataque dos inimigos.

Surgiu nesse período várias cidades muradas, semelhantes aos condomínios existentes hoje, porém maiores.

As cidades muradas, eram rodeadas por muros altos e o controle de acesso era feito por portões guarnecidos por homens armados.

As primeiras cidades muradas se formaram a partir de 4.000 a.C.

Essas primeiras civilizações se formaram em torno ou em função de grandes rios, com exemplo podemos citar a Mesopotâmia.

A Mesopotâmia ficava  situada na faixa de terra localizada entre os rios Tigre e Eufrates, no Oriente Médio, onde atualmente é o Iraque.

As cidades muradas podem ser vistas como uma das fontes mais mais evidentes da origem da segurança física.

Imagem 03 – Mesopotâmia

Ela foi ocupada entre 4.000 a.C. e 539 a.C, por uma série de povos, que se encontraram e se misturaram, empreenderam guerras e dominaram uns aos outros, formando o que denominamos povos mesopotâmicos.

Imagem 04 – Mesopotâmia

Ao analisarmos as imagens  das  construções dessas cidades, podemos identificar com facilidade os princípios da segurança física empregados na época, e algumas, utilizadas até hoje, com os devidos ajustes.


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4. Segurança Física na Idade Média

Na sociedade medieval os feudos eram protegidos por cercas e muros, os castelos por muralhas, poços e contavam também com torres de onde poderiam atacar ou contra atacar uma possível ameaça.

Devidos ao grande numero de conflitos da Idade Média, muitos motivados pela conquista de território e confisco de bens, foram construídos vários Castelos, que eram utilizados como fortificações de defesa.

Logo, os senhores feudais, reis e outros nobres preocupados com a sua proteção, de seus familiares e seus bens, passaram a ocupar e construir esses tipos fortalezas, buscando sempre agregar o máximo de segurança física possível, de modo a impedir, detectar e a responder a tentativas de acessos indesejáveis.

Imagem 05 – Castelo de Edimburgo

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5. Castelos Medievais e a Segurança Física

Os castelos tiveram sua origem na cidades muradas (cercadas por muralhas).

Os castelos tinham muros  construídos de blocos de pedras densos e altos com portões que controlavam o acesso das pessoas.

Os soldados ficavam de guarda nos portões e sobre os muros , nas torres de observação, com o objetivo de identificar potencias ameaças e para defender o castelo  de ataques.

Esta estratégia era importante para identificar e dificultar o acesso dos inimigos.

Inicialmente os castelos foram projetados para defesa e  serviram principalmente como acomodação para as milícias da época.

Mais tarde,  devido a segurança que ofereciam, tornaram se residências dos senhores feudais, reis e outros nobres da época.


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6. Evolução da Segurança dos Castelos

O primeiro tipo de castelo era um forte cercado chamado Grod. Um “Grod” era formado por paredes de madeira e argila (plataformas), uma ou mais pontes fortificadas e um fosso ao redor de toda a construção.

Um segundo tipo de castelo antigo foi construído a partir de torres altas e arrendondadas que o romanos construíram por todas as suas fronteiras. A torre, chamada Bergfried (a parte mais forte) era feita de madeira
(e pedra, a partir do século 13).

O terceiro tipo de castelo foi o do Motte e Bailey. Eles eram formados por uma colina de terra (motte) e tinham na parte central um amplo pátio (bailey) cercados por um muro de madeira e por um portão.

Essas primeiras fortificações foram a base para o desenvolvimento dos castelos medievais. As paredes de madeira foram substituídas pelas de pedra e de tijolos.

Os muros de pedra eram mais fortes e poderiam ser muito mais altos. Em alguns castelos, eram colocadas paredes internas, formando um anel concêntrico de segurança e protegendo ainda mais a construção.

O pátio interno ficou maior e foi dividido em pátios separados. A torre de menagem (donjon) ficou maior e passou a ser feita de pedra – e seu nome mudou para fortaleza.

Outras construções foram acrescentadas aos pátios – como grandes salões, palácios, capelas, residência para os cavaleiros e locais de trabalho para os artesões.

Várias torres amplas e altas foram construídas dentro do castelo. Algumas foram incorporadas aos muros externos, enquanto outras tornaram-se estruturas separadas dentro dos pátios.

Os castelos deveriam suprir as necessidades de moradia (como higiene, saneamento, água limpa e cozinhas), fundamentais para quando o castelo estivesse sob ataque.

Imagem 06 – Caverswall Castle

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7. Principais Elementos de Defesa de Um Castelo

Os principais elementos de composição da defesa de um castelo são:

7.1 Área de Segurança Externa

Em alguns castelos, eram deixadas uma grande área livre (isenta de vegetação ou objetos) ao redor do castelo.

Área livre na parte externa, funcionava como primeira barreira de defesa, e tinha duas finalidades:

  • excluir vegetação e objetos que poderiam ser utilizados pelo inimigo como esconderijo;
  • facilitar a observação da aproximação de inimigos.

7.2 Fosso

Um grande dique ou trincheira ao redor do muro externo do castelo – era a primeira linha de defesa. Ele poderia ser cheio de água ou seco (um fosso seco poderia ser forrado com estacas pontiagudas de madeira).

Normalmente, havia uma ponte levadiça que permanecia erguida quando o castelo estivesse sendo atacado.

Vários fossos eram também locais para depósito de lixo e detritos. A existência de um fosso dependia do terreno – nem todos os castelos tinham fossos. Alguns eram construídos no alto de uma rocha e não precisavam deles.

Imagem 07 – Planta castelo medieval

7.3 Muro de proteção

O muro de proteção externo era alto, largo e feito de pedra ou tijolos. Os muros poderiam medir entre seis e dez metros de altura e de 1,5 a 8 metros de espessura. Em vários castelos, a espessura do muro variava de acordo com a região mais vulnerável.

Os muros de proteção eram formados por dois muros. Os construtores quebravam e encaixavam as pedras ou tijolos em cada muro e cimentavam tudo com argamassa de calcário.

Os espaços entre os muros eram preenchidos com fragmentos de pedra, pequenos pedregulhos e porções de argamassa.

Alguns castelos tinham um muro externo muito mais alto chamado parede escudo. Essa parede era normalmente colocada na parte do castelo que poderia ser especialmente vulnerável às armas de ataque como catapultas, trabucos e torres de cerco.

Ela também servia de proteção contra ataques de objetos que eram lançados sobre os muros e atravessavam a defesa.

A maioria dos muros externos tinham muralhas na parte superior do castelo como: blocos retangulares alternados com aberturas na parte superior do muro ou da torre.

Os soldados ficavam atrás dos blocos e atiravam através das aberturas.

Alguns muros tinham passarelas construídas na pedra, enquanto existiam também passarelas de madeira dentro do muro, onde os soldados podiam ficar em guarda e fazer defesa durante a batalha.

7.4 Torres de vigilância

As torres de vigilância eram construídas junto aos muros de forma a possibilitar a vigilância de toda a extensão do muro e das áreas adjacentes, com o objetivo de identificar potenciais ameaças.

7.5 Seteiras

Ainda, havia uma abertura para flechas, como uma fenda ou orifício estreito nos muros e matacões através da qual os arqueiros e besteiros lançam flechas.

Várias aberturas são largas numa extremidade e vão afunilando à medida que se segue para a parte externa do muro, sendo que este desenho proporciona uma perspectiva mais ampla de visão.

7.6 Pátio

Do ponto de vista militar, o “bailey” ou pátio era um espaço aberto. Qualquer soldado invasor que atravessasse o portão e entrasse no pátio poderia ser exposto ao ataque de flechas vindas das torres e dos muros externos e internos.

Área de segurança interna, erá a área interna compreendida  entre a muralha principal e construção principal.

Esse espaço livre possibilitava a visão, por parte dos guardas das muralharas, de agressores que conseguissem ultrapassar a muralha principal.

7.7 Cabine do portão e ponte levadiça

Construções utilizadas para administrar o acesso das pessoas e impedir a invasão dos inimigos.

Antes de terem o acesso autorizado, as pessoas eram identificadas a fim de impedir acessos não desejados.

Em alguns castelos, essas cabines do portão eram compostas por 2 portões, sendo um de entrada e outro de saída. Formando um sistema de eclusas.

As pontes levadiças, permaneciam elevadas  e  somente  eram baixadas para acessos autorizados.

7.8 Torres e salas internas

Os castelos contavam também com edificações, salas e torres internas, trancadas com portas resistentes.

Saídas  Secretas

Além de todo as barreiras de proteção, os castelos contavam também com saídas secretas, em muitos casos sobterraneas, a fim de permitir a fuga em caso de derrota eminente.


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8. Teoria dos Círculos Concêntricos

A segurança dos castelos, constituídas de várias barreiras de segurança em torno do bem a ser protegido deu origem a teoria dos círculos concêntricos, que se caracteriza pelo emprego de sucessivos círculos de proteção ao redor do bem a ser protegido.

Tem como objetifico:

  • impedir, dificultar ou retardo o acesso ao bem protegido, de forma a permitir as intervenções das  forças de pronta resposta.
Imagem 08 – Desenho castelo medieval


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9. Conclusão

A origem da segurança física, nos mostra que o ser humana, desde da pre-história, identificou a necessidade de adotar medidas de proteção para sua segurança.

Desde a origem da segurança física, até o momento atual, as medidas de segurança física, vem evoluindo de acordo com os meios disponíveis e da própria evolução do ser humana.

Atualmente a segurança física é constituída basicamente por barreiras físicas, sistema eletrônicos de segurança e vigilância patrimonial.



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José Sérgio Marcondes

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11. Dados para citação em trabalhos

MARCONDES, José Sérgio (24 de agosto de 2015).Origem da Segurança Física e Sua Evolução ao Longo do Tempo . Disponível em Blog Gestão de Segurança Privada: https://gestaodesegurancaprivada.com.br/seguranca-fisica-instalacoes-evolucao/ – Acessado em (inserir data do acesso).



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12. Referencias Bibliográficas

FISCHER, Robert J., GREEN, Gion. Introduction to Security. 6ed. Newton, Massachusetts: Butterworth-Heinemann, 1998.

PURPURA, Philip P. Security and Loss Prevention. 3ed. Newton, Massachusetts: ButterworthHeinemann, 1998.

SENNEWALD, Charles A. Effective Security Management. 3ed. Newton, Massachusetts: Butterworth-Heinemann, 1998.

BINTLIFF, Russell L. The Complete Manual of Corporate and Industrial Security. 1ed. Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice Hall, 1992.

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Sobre o Autor

Autor José Sergio Marcondes

Graduado em Gestão de Segurança Privada, MBA em Gestão Empresarial e Segurança Corporativa. Detentor das Certificações CES (Certificado de Especialista em Segurança Empresarial), CPSI (Certificado Profesional en Seguridad Internacional), CISI (Certificado de Consultor Internacional en Seguridad Integral, Gestión de Riesgos y Prevención de Pérdidas). Mais de 30 anos de experiência na área de segurança privada. Consultor e diretor do IBRASEP, trazendo uma notável expertise em segurança, além de possuir sólidos conhecimentos nas áreas de gestão empresarial.

12 Comentários

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  1. Olá Arlei!
    Obrigado pelo seu comentário.
    Forte abraço e sucesso!

  2. Olá Fernando!
    Fico feliz em saber que o artigo foi útil pra você.
    Forte abraço e sucesso.

  3. Olá Paulo Sérgio!
    Obrigado pelo seu comentário.
    Forte abraço e sucesso.

  4. Estou cursando Gestão de Segurança Privada, pesquiso estes tipos de artigos, muito bom. Parabéns!

  5. Olá Edson!
    Obrigado pelo seu comentário!
    Forte abraço e sucesso!

  6. Olá Jorge!
    Publicado: 24/08/2015 – Atualizado 20/05/2018 –  Por: José Sérgio Marcondes.
    Forte abraço e sucesso na sua carreira.

  7. Olá, boa tarde em que dia, mês e anos esse texto foi escrito ?

  8. Olá Luiz Carlos.
    Obrigado pelo seu comentário.
    Forte abraço e sucesso na sua carreira profissional.

  9. Ainda não li o artigo completo mas já o estou cumprimentando pelo excelente material. – Vou reserva-lo para um momento de leitura especial. – Há muito buscava algo semelhante. Grata surpresa!. – Sou um pesquisador incansável sobre o tema. – Ministrei aula de segurança por 17 anos para cursos de vigilante mas continuo interessado na matéria. – Perseverança ao amigo no trabalho em questão. – Cordialmente,
    Luiz Carlos da Fonseca

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