A resiliência organizacional é a capacidade de uma organização antecipar, preparar, responder e adaptar-se a mudanças incrementais e interrupções súbitas para sobreviver e prosperar no seu negócio. Ela vai além da gestão de riscos, objetivando uma visão mais holística da saúde e do sucesso dos negócios. Uma organização resiliente é aquela que não apenas sobrevive a longo prazo, mas também prospera e está pronta para o futuro e preparada para os imprevistos.
Segundo Robb (2000) uma organização resiliente é aquela organização que é capaz de sustentar uma vantagem competitiva através de um excelente desempenho nas metas atuais, enquanto que é capaz de inovar de forma eficaz e de se adaptar às mudanças rápidas e turbulência no ambiente.
A resiliência empresarial pode ser entendida como a capacidade da empresa persistir, recuperar-se e ajustar-se mediante mudanças e eventos adversos.
As empresas precisam adotar uma abordagem mais integrada à gestão de riscos – que conecta a estratégia de negócios com a resiliência empresarial e planejamento de continuidade de negócios.
A Empresa resiliente é a que desenvolve conhecimentos, habilidades e capacidade para resistir a descontinuidades sistêmicas e se adaptar a novos ambientes de risco.
Postado 02/02/2021
Escrito por José Sérgio Marcondes – CES
Especialista em Segurança Empresarial
Consultor em Segurança Privada
CEO/Diretor do IBRASEP
O que é Resiliência Organizacional?
A resiliência organizacional é a capacidade de uma organização antecipar, preparar, responder e adaptar-se a mudanças incrementais e interrupções súbitas para sobreviver e prosperar no seu negócio. Ela vai além da gestão de riscos, objetivando uma visão mais holística da saúde e do sucesso dos negócios. Uma organização resiliente é aquela que não apenas sobrevive a longo prazo, mas também prospera e está pronta para o futuro e preparada para os imprevistos.
Resiliência é um termo que, primeiramente, foi utilizado na física significando todo e qualquer material que apresentasse a propriedade de retornar à sua estrutura física depois de sofrer uma pressão externa.
Posteriormente, a ecologia e a psicologia se apropriaram deste conceito, utilizando-o, na ecologia como conceito de resiliência se referindo às estruturas vivas que mesmo sofrendo com alterações de grande magnitude no ambiente são capazes de se adaptar e se adequar, sob novas estruturas, muitas vezes, a estas mudanças e na psicologia, o que explica a capacidade de superação de traumas por alguns indivíduos e por outros não.
Na administração resiliência é visa como a capacidade universal que possibilita a pessoa, grupo, corporação ou comunidade de prevenir, minimizar ou superar os efeitos nocivos das adversidades, dos problemas e de fatos negativos, inclusive saindo dessas situações fortalecida ou até mesmo transformada, porém não ilesa.
A resiliência está ligada a capacidade de adaptação, flexibilidade e habilidade da organização de manter-se estruturado perante à situações negativas.
Na área organizacional este termo apresenta um significado mais amplo, no sentido de ser um elemento importante na avaliação da capacidade de resposta das organizações quando estas se encontram em um contexto de risco ou quando já passaram por um.
A resiliência exige ações estratégicas que mantenham e adaptem a organização em seu ambiente, mesmo quando este ambiente apresenta eventos inesperados, de forma que estas ações se sustentem e demonstrem impacto positivo em seu desempenho global.
Conceitos Relacionados a Resiliência Organizacional
O conceito de resiliência organizacional foi primeiramente aplicado para descrever a necessidade das organizações em responder a uma rápida alteração ao ambiente de negócios.
Hamel e Välikangas (2003) argumentaram que as organizações de sucesso foram aquelas que entenderam a natureza dinâmica de seus ambientes de negócios (concorrentes, tecnologias, disponibilidade e o custo da manutenção, tributação, políticas de governo e as necessidades e expectativas dos seus clientes) e que foram capazes e estavam dispostas a adaptarem-se as súbitas e grandes mudanças no ambiente.
Dalziell e McManus (2004) definem resiliência como a união de dois componentes principais: a vulnerabilidade e a capacidade adaptativa.
A vulnerabilidade é medida pela facilidade com que uma organização passa de um estado de equilíbrio para o desequilíbrio, após um evento inesperado e a capacidade de adaptação é medida através do grau de mudança exigida da organização após esses eventos.
Segundo Lengnick-Hall e Beck (2009), não existe um consenso sobre o significado de resiliência organizacional, embora estes autores defendam que a resiliência organizacional captura a capacidade da organização de tomar medidas específicas, robustas e de transformação em confronto com eventos inesperados e que apresenta potencial comprometedor para a sobrevivência da organização em longo prazo.
O que é uma Organização Resiliente?
Segundo Robb (2000) uma organização resiliente é aquela organização que é capaz de sustentar uma vantagem competitiva através de um excelente desempenho nas metas atuais, enquanto que é capaz de inovar de forma eficaz e de se adaptar às mudanças rápidas e turbulência no ambiente.
Sustentar vantagem competitiva exige coerência, eficiência, eliminação de resíduos e maximização de resultados em curto prazo, enquanto que inovar e se adaptar às mudanças requer previsão, inovação, experimentação e improvisação, de acordo com os benefícios proporcionados em longo prazo.
O desempenho superior da organização resiliente é resultado da combinação de competências organizacionais da empresa com sua capacidade de resiliência e agilidade estratégica.
As organizações devem estar preparadas para lidar com adversidades e prontas para tirar proveito de oportunidades imprevistas. Juntas, a agilidade estratégica e a capacidade de resiliência podem preparar a organização para o dinamismo do mercado, recuperar sua vitalidade após eventos conturbados para se tornar assim, mais proficiente em função do resultado de experiências adversas, como reflexo do aprendizado adquirido em tais situações (LEGNICK HALL; BECK, 2009).
Características das Organizações Resilientes
Algumas características de organizações resilientes é que elas apresentam uma sensibilidade para a percepção de uma alteração em seu ambiente operacional, além de ser flexível no seu processo de tomada de decisão, tem uma disposição para confrontar questões difíceis, com energia e controle e, por último, uma cultura organizacional apoiada na mudança.
Nos estudos de Seville et al. (2006) e de McManus et al. (2007) a avaliação das características da resiliência é referente aos aspectos de redução do tamanho e frequência de crises (gestão de vulnerabilidade), de melhoria da capacidade e velocidade da organização para gerenciar crises de forma eficaz (capacidade adaptativa) e de evolução em função do complexo sistema dentro do qual a organização opera (consciência situacional).
A adaptabilidade da empresa está na capacidade de absorver choques e impactos profundos sem perder a capacidade de cumprir com sua missão (Sampedro, 2009).
Organizações adaptáveis são capazes de absorver variações e rupturas, tanto internas quanto externas, sem que por elas sejam afetadas na sua rentabilidade, devido aos movimentos maleáveis e flexíveis que permitem um ajuste rápido de processos de adaptação, e assim, conseguem lograr benefícios extras (Minolli, 2000).
A capacidade de adaptação é definida por Starr, Newfrock e Delurey (2004), como a capacidade de uma empresa para alterar a sua estratégia, suas operações, seu sistema de gestão, sua estrutura de governança e a capacidade de apoio de decisão para suportar perturbações e interrupções. É medida através do grau de mudanças exigida pela organização após esses eventos (Dalziell & McManus, 2004).
Resilencia Empresarial
A resiliência empresarial pode ser entendida como a capacidade da empresa persistir, recuperar-se e ajustar-se mediante mudanças e eventos adversos. As empresas resilientes são ágeis na resposta ao ambiente e flexíveis para adaptarem-se rapidamente às mudanças (ACQUAAH; AMOAKO-GYAMPAH; JAYARAM, 2011).
Resiliência empresarial, segundo Delurey, Newfrock e Starr (2003), é a habilidade e capacidade das empresas em suportar descontinuidades sistêmicas e se adaptar a novos ambientes de risco. A organização resiliente alinha eficazmente a sua estratégia, operação, sistemas de gestão, estrutura de governança, e capacidades de suporte à decisão para que possa descobrir e adaptar-se continuamente às mudanças de riscos.
As empresas precisam adotar uma abordagem mais integrada à gestão de riscos – que conecta a estratégia de negócios com a resiliência empresarial e planejamento de continuidade de negócios. Usando ferramentas de diagnóstico, jogos de guerra, e capacidades de suporte à decisão, as empresas podem estabelecer uma metodologia mais eficaz, contínua e consistente para proteger a empresa contra os riscos internos e externos (DELUREY; NEWFROCK; STARR, 2003, p. 23).
O que é uma Empresa Resiliente?
Empresa resiliente é a que desenvolve conhecimentos, habilidades e capacidade para resistir a descontinuidades sistêmicas e se adaptar a novos ambientes de risco (Starr et al., 2004).
São organizações que prosperam apesar de enfrentar condições que são surpreendentemente incertas, frequentemente adversas e geralmente instáveis. Além de prósperas, as organizações tornam-se melhores, porque enfrentaram e superaram grandes desafios (Lengnick-Hall, Beck& Lengnick-Hall, 2011).
Para Vieira (2006), uma empresa resiliente é aquela que tem a habilidade de adotar modelos de negócio e estratégias de acordo com as mudanças contínuas, ajustando as tendências capazes de alterar a geração de lucro do negócio. Nem sempre a organização retorna a sua estratégia original. Muitas vezes ela volta ao estado de geração de lucro após uma mudança inesperada no ambiente a ajusta dinamicamente suas estratégias.
Como Tornar uma Empresa Resiliente?
Segundo LengnickHall et al., 2005, 2009, vários fatores podem contribuir com a criação de resiliência organizacional , como por exemplo: a promoção de um forte senso de identidade e de propósitos.
A produção do sentido construtivo o qual permite aos empregados interpretar e dar sentidos aos acontecimentos e a criação de uma visão partilhada que permita a organização avançar com flexibilidade, criatividade e determinação, apesar das incertezas e dos riscos (Lengnick-Hall et al., 2011).
Segundo Starr (2003), existem três passos essenciais para tornar uma empresa resiliente:
a) Diagnosticar risco e interdependências de toda a empresa: a empresa deve definir sua empresa e determinar seus motores de ganhos. Quando isto for alcançado, uma visão transparente e consolidada de riscos em toda a empresa podem ser desenvolvidas, ajudando os executivos a compreender as interdependências de rede da empresa.
b) Adaptar a estratégia corporativa e o modelo operacional. A empresa deve usar a análise de custo-benefício que liga o planejamento multifuncional de mitigação de risco com a estratégia corporativa.
c) Suportar o aumento do risco e complexidade. Esta etapa envolve o desenvolvimento de uma estrutura organizacional que supervisiona e integra a inteligência de negócios e o monitoramento de riscos para a empresa ampliada. Neste contexto, existem ferramentas de análise de capacidades de suporte para melhorar a tomada de decisões e respostas ao risco à medida que muda.
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José Sérgio Marcondes – CES
Especialista em Segurança Empresarial
Consultor em Segurança Privada
CEO/Diretor do IBRASEP
Indicação de Artigos Complementares
Sugiro a leitura dos artigos a seguir como forma de complementar o aprendizado desse artigo.
Resiliência: Significado, O que é, Definição, Conceitos. 3 Tipos de Resiliência
Organizações – Conceitos, Características e Tipos de Organizações
Empresa: O que é? Objetivos, Conceitos e Tipos de Empresa
Competência Organizacional: O que é, Quais são, Como desenvolver?
Planejamento Organizacional: O que é? Definição, Conceitos e Tipos
Estratégia Organizacional: Conceito. O que é? Definição, Origem
Gestão Organizacional/ Empresarial. O que é? Funções
Dados para Citação Artigo
MARCONDES, José Sérgio (29 de abril de 2021). Resiliência Organizacional (Empresarial): O que é? Conceitos, Definições. Disponível em Blog Gestão de Segurança Privada: – Acessado em (inserir data do acesso).
Referências Bibliográficas
ACQUAAH, Moses; AMOAKO-GYAMPAH, Kwasi; JAYARAM, Jayanth. Resilience in family and nonfamily firms: an examination of the relationships between manufacturing strategy, competitive strategy and firm performance. International Journal of Production Research, v. 49, n. 18, p. 5527-5544, 2011.
Dalziell, E. P., & McManus, S. T. (2004). Resilience, vulnerability and adaptive capacity: Implications for systems performance. Proc. Int. Forum for Engineering Decision Making (IFED), Switzerland.
DALZIELL, E. P.; McMANUS, S. T. 2004. Resilience, Vulnerability and Adaptive Capacity: Implications for Systems Performance. International Forum for Engineering
Decision Making(IFED), Switzerland, dec.
DELUREY, Michael; NEWFROCK, Jim; STARR, Randy. Enterprise Resilience: Managing Risk in the Networked Economy.
HAMEL, G; VÄLIKANGAS, L. 2003. The Quest for Resilience. Harvard Business Review
LENGNICK-HALL, C.A.; BECK, T.E. Resilience capacity and strategic agility: prerequisites for thriving in a dynamic environment. In: C. Nemeth, E. Hollnagel and S. Dekker (Eds.). Preparation and Restoration. Aldershot UK: Ashgate Publishing. 2009.
LENGNICK-HALL, C. A.; BECK, T. E. 2009. Resilience Capacity and Strategic Agility: Prerequisites for Thriving in a Dynamic Environment. Working Paper, University of Texas.
LENGNICK-HALL, C. A.; BECK, T. E. 2009. Resilience Capacity and Strategic Agility: Prerequisites for Thriving in a Dynamic Environment. Working Paper, University of Texas.
McMANUS, S.; SEVILLE, E.; BRUNSDON, D.; VARGO, J. 2007. Resilience Management – A Framework for Assessing and Improving the Resilience of Organisations. Resilient Organisations Research Report, 01.
Minolli, C. B. (2000). Empresas resilientes. Algunas ideas para construirlas. MBA – UCEMA
ROBB, D. 2000. Building Resilient Organizations. OD Practitioner, v. 32, n. 3, p. 27-32.
Sampedro, J. (2009). Ingenio estratégico. Reliencia e impulso creativo en tiempos de crisis.
Starr, R. (2003). Enterprise Resilience: Managing Risk in the Networked Economy. Published:
Starr, R., Newfrock, J., & Delurey, M. (2004). Enterprise Resilience: Managing Risk in the Networked Economy Published.
VIEIRA, L. 2006. A nova ordem da Resiliência. HSM Management Updaten. 38, nov.
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2 Comentários
Olá Carlos Alan!
Obrigado pelo seu comentário.
Forte abraço e sucesso.
Boa tarde!
Não sou assíduo nas leituras do blog publicados, mas, sempre que posso meio alguns.
As tratativas das abordagens dos assuntos são muitos pertinentes e nos remete a um outro campo de pensamentos importantes, para que possamos colocar em prática e ao mesmo tempo ver como estamos agindo e vermos como encontra-se nossa empresa.
A forma do profissionalismo aliado ao comprometimento de todos vocês em nos trazer esses conhecimentos a custo zero.
Parabéns ao gestor do blog….
Carlos Alan Santiago