Na última quarta-feira, 14 de janeiro de 2024, registrou-se a primeira fuga documentada no Fuga do Presídio de Segurança Máxima desde sua instituição, em 2006. Este incidente tornou-se uma preocupação nacional para as autoridades de Justiça e Segurança Pública do Brasil.
A fuga ocorreu na Penitenciária Federal de Mossoró, envolvendo dois indivíduos foragidos identificados como Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento, ligados à facção criminosa Comando Vermelho. Eles estavam detidos desde setembro de 2023.
Sobre a estrutura do presídio, a penitenciária de segurança máxima em Mossoró abrange uma área de 12 mil metros quadrados e possui capacidade para 208 detentos, embora atualmente abrigue pouco mais de 80, incluindo o traficante Fernandinho Beira Mar.
A instalação é composta por quatro pavilhões de celas individuais, além de uma área destinada às 12 celas de isolamento, onde são mantidos os presos submetidos ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), o mais rigoroso dentro dos presídios federais.
Os detentos fugitivos estavam alojados nas celas do Regime Disciplinar Diferenciado, localizadas lado a lado. Cada cela possui 8 metros quadrados, equipada com mesa e cama de concreto, além de banheiro. Devido ao confinamento durante a maior parte do dia, o espaço para banho de sol é limitado ao solário adjacente.
Quanto ao processo de fuga, uma das possíveis hipóteses, de acordo com investigações preliminares, é que os detentos tenham retirado pedaços de ferro das paredes das celas para utilizar como ferramenta na remoção das luminárias fixadas nelas. Após abrir um buraco na parede, os detentos acessaram uma área de serviço, onde encontraram dutos, rede elétrica e até uma escada que levava ao telhado do presídio. A partir do telhado, conseguiram chegar ao pátio, que estava cercado por tapumes devido a obras em andamento. Os detentos conseguiram atravessar os tapumes e, com o auxílio de um alicate deixado pelos operários, cortaram a grade de segurança, possibilitando a fuga.
Presídio de Segurança Máxima e suas Vulnerabilidades
Relatórios de vulnerabilidades apresentados pelos Sistemas de Inteligência do Presídio, a mais de um ano, indicavam falhas nos procedimentos de segurança e na estrutura da unidade. Entre as deficiências destacadas estão:
- Das 192 câmeras instaladas no presídio, apenas 41 estavam operantes, sendo que as câmeras em funcionamento apresentavam instabilidade, com perda frequente de imagens.
- A retirada das luminárias das celas permitiria o acesso dos presos à área externa da penitenciária, o que ocorreu durante a fuga na madrugada de quarta-feira (14).
- Aparentemente também não havia agente de vigilância suficiente para perceber o rompimento das barreiras de proteção.
Lições a aprender sobre a Fuga do Presídio de Segurança Máxima
A ocorrência da Fuga do Presídio de Segurança Máximano destaca que nenhum sistema de segurança é imune a falhas, mesmo em uma instalação de segurança máxima. O que ressalta a importância de avaliar regularmente os sistemas de segurança e tomar medidas imediatas para corrigir quaisquer vulnerabilidades identificadas.
A eficácia de um sistema de segurança não depende apenas de seu título ou reputação, mas sim da qualidade e implementação efetiva das medidas de segurança necessárias.
Além disso, é crucial destacar a importância da conscientização da alta administração sobre a necessidade contínua de investimento em recursos humanos, tecnológicos e infraestruturais para fortalecer a segurança das instalações, levando em consideração suas necessidades e deficiências identificadas, bem como em outros locais que exijam proteção.
Enfatiza-se também a importância da presença de recursos humanos capazes de complementar eventuais falhas dos sistemas eletrônicos de segurança, garantindo um ambiente seguro e protegido. Muitos projetos de segurança acabam por substituir o contingente humano por recursos eletrônicos de segurança, deixando de considerar as vulnerabilidades decorrentes de falhas técnicas e limitações desses recursos.
É essencial reconhecer que a segurança é um processo em constante evolução e aprimoramento, e que a prevenção de incidentes requer uma abordagem proativa e abrangente. Somente por meio de um compromisso constante com a avaliação e o aprimoramento dos sistemas de segurança podemos mitigar os riscos e oferecer proteção.
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José Sergio Marcondes – CES – CPSI – Gestor, Consultor e Diretor do IBRASEP. Especialista em segurança com competências sólidas nas áreas de segurança privada e gestão empresarial. Conecte comigo nas redes sociais.
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4 Comentários
Olá Ozeias Gomes!
Obrigado pelo seu comentário.
Forte abraço e sucesso!
Olá Ozeias Gomes!
Obrigado pelo seu comentário.
Forte abraço e scuesso!
Assunto relevante.
Gostei muito do assunto do sistema prisional federal. Essa fuga demonstra que nenhum sistema de segurança é inviolável.
Por isso devemos estar sempre em aprendizado contínuo.
Sou apaixonado pela área da segurança Privada e pública.
Um abraço.