Competência Organizacional: O que é, Quais são, Como desenvolver?

Competência organizacional é a capacidade da empresa de integrar e coordenar seus recursos e processos, de forma estratégica, competitiva e única, de forma que agreguem valor à organização, formando sua identidade e gerando vantagem competitiva sustentável. As competências organizacionais estão relacionadas àquelas que a empresa possui e, portanto, depende não somente das pessoas, mas da gestão que utiliza e da tecnologia que a suporta.

Ao definir sua estratégia competitiva, a empresa identifica as competências essenciais do negócio e as competências necessárias a cada função, as competências organizacionais. Dessa maneira, pode-se dizer que a organização
possui diversas competências organizacionais, localizadas em diversas áreas. Dessas, apenas algumas são as competências essenciais, aquelas que a diferenciam e que lhe garantem uma vantagem competitiva sustentável perante as demais organizações.

Postado 16/03/2021
Escrito por José Sérgio Marcondes – CES
Especialista em Segurança Empresarial
Consultor em Segurança Privada
CEO/Diretor do IBRASEP

O que é Competência Organizacional?

Competência organizacional é a capacidade da empresa de integrar e coordenar seus recursos e processos, de forma estratégica, competitiva e única, de forma que agreguem valor à organização, formando sua identidade e gerando vantagem competitiva sustentável.

Está relacionada a integração harmônica e cooperativa entre pessoas, tecnologias, processos e gestão em busca do cumprimento da missão da empresa.

Competências organizacionais são o conjunto de fatores que tornam uma empresa única, formando sua identidade como organização em meio ao mercado que atua. E o conjunto de competências organizacionais forma o diferencial competitivo de uma empresa.

As competências organizacionais estão relacionadas àquelas que a empresa possui e, portanto, depende não somente das pessoas, mas da gestão que utiliza e da tecnologia que a suporta.

A empresa para possuir determinada competência deve buscar uma sintonia das dimensões processos, tecnologia e pessoas, no sentido de formar e manter uma determinada competência organizacional reconhecida pelos seus stakeholders, quais sejam: clientes, fornecedores, acionistas, sociedade, concorrentes e empregados (FLEURY; FLEURY, 2001).

As competências organizacionais estão associadas com a imagem da empresa, portanto, ao fazer a adequada gestão dos seus processos, das tecnologias que dispõe e dos talentos que possui, a empresa desenvolverá competências que irão fortalecer a sua imagem junto ao mercado ou junto à sociedade.

Portanto, a empresa deve ter além de colaboradores talentosos, estratégias para viabilizar o uso adequado desses talentos, utilizando assim os seus recursos, alinhados dentro de um modelo de gestão que facilitará atingir os objetivos estratégicos da organização.

Ao definir sua estratégia competitiva, a empresa identifica as competências essenciais do negócio e as competências necessárias a cada função, as competências organizacionais. Dessa maneira, pode-se dizer que a organização
possui diversas competências organizacionais, localizadas em diversas áreas. Dessas, apenas algumas são as competências essenciais, aquelas que a diferenciam e que lhe garantem uma vantagem competitiva sustentável perante as demais organizações.

O que são Competências Organizacionais?

As Competências organizacionais são o conjunto de fatores que tornam uma empresa única, formando sua identidade como organização em meio ao mercado que atua. E o conjunto de competências organizacionais forma o diferencial competitivo de uma empresa.

Segundo Já Boog (2000), a competência empresarial é um conjunto de qualidades e características que a empresa desenvolve para produzir e aperfeiçoar, com continuidade, bens e serviços que atendam às necessidades de seus clientes e usuários.

Paul C. Green é considerado um dos maiores estudiosos do assunto na atualidade. Em seu livro “Desenvolvendo Competências Consistentes”, uma de suas obras mais famosas, Green (2000) defende que existem duas dimensões de competências, as competências organizacionais e as competências individuais.

As competências organizacionais, que o autor chama de competências essenciais, são conjuntos únicos de conhecimentos técnicos e habilidades e possuem ferramentas que causam impacto em produtos e serviços múltiplos em organização e fornecem uma vantagem competitiva no mercado.

Segundo o autor, a competência organizacional é um conjunto peculiar de know-how técnico, que é o centro do propósito organizacional. Ela está presente nas múltiplas divisões da organização e nos diferentes produtos e serviços. Essas competências fornecem uma vantagem competitiva peculiar da organização, resultando em valor percebido pelos clientes, e são difíceis de serem imitadas por outras empresas.

Já as competências individuais, segundo o autor, são descrições de hábitos de trabalhos que são mensuráveis e habilidades pessoais que são utilizadas por uma pessoa para alcançar os objetivos de trabalho da organização. Por exemplo, ideias relacionadas à liderança, criatividade ou habilidades de apresentação podem ser expandidas para definições de competência individual.

Características das Competências Organizacionais Essenciais

Os autores Prahalad e Hamel (1990) contribuíram com o conceito de competência organizacional, nos anos 90, ao fazer uma diferenciação entre as competências organizacionais e as competências essenciais.

Os autores destacam que as competências organizacionais são aquelas necessárias a cada função, ou seja, são encontradas em diversas áreas da empresa. No entanto, para que estas se tornem essenciais, precisam obedecer a três critérios:

  • oferecerem reais benefícios aos clientes (valor);
  • serem difíceis de imitar;
  • darem acesso a diferentes mercados, ou seja, apresentarem diferenciais frente aos concorrentes.

Tampoe (1994) define competências como um subsistema técnico, ou de negócio, no qual estão integrados diversas tecnologias, processos, recursos e know-how para entrega de produtos e serviços, os quais conferem vantagem competitiva única e sustentável, agregando valor para a organização.

De acordo com o autor, para que as competências se tornem essenciais, devem ser avaliadas frente a determinados critérios, tais como:

  • ser essencial para a sobrevivência da organização em curto e longo prazos; ser invisível para os competidores;
  • ser difícil de ser imitada;
  • ser única para a organização;
  • ter um conjunto de habilidades, recursos e processos; e ser essencial para o desenvolvimento de produtos também essenciais, entre outros.

Origem da Competência Organizacional

Um dos primeiros a utilizarem o termo competência organizacional foram C.K.Prahalad e Gary Hamel. Em 1990, eles afirmavam que uma organização ganha vantagens competitivas no mercado através do uso de um pequeno número de competências essenciais que afetam produtos diferentes através das unidades de negócios. Segundo os mesmos, as competências essenciais são as habilidades que permitem que a empresa seja capaz de oferecer um benefício fundamental aos seus clientes.

Segundo Fischer, Fleury e Urban (2008), os estudos sobre competências organizacionais têm raízes teóricas na chamada visão da firma baseada em recursos (resources based view, RBV), para a qual a vantagem competitiva sustentável deriva de recursos específicos de firma que são raros, e cujo uso é feito em padrões superiores aos dos demais concorrentes. (PETERAF; BARNEY, 2003).

Em outras palavras, a diferença de desempenho entre empresas seria atribuída às diferenças nos recursos detidos por cada uma delas e na sua capacidade de utilização. (FISCHER; FLEURY; URBAN, 2008).

O conceito de core competências foi desenvolvido por Prahalad e Hamel (1995), que o definiram como “um conjunto de habilidades e tecnologias, e não uma única habilidade de tecnologia isolada, que permitem a uma empresa oferecer determinado benefício ao cliente e que resulta num aporte diferencial fundamental para a competitividade da empresa.” Segundo esses autores, para serem essenciais, as competências deveriam responder a três critérios: oferecer reais benefícios aos consumidores, ser difíceis de imitar e prover acesso a diferentes mercados.

Definições e Conceitos relacionados a Competência Organizacional

Como podemos notar, cada autor define a questão da competência de acordo com sua visão e seus valores sobre o assunto.

Quando todos estes autores citados descrevem sobre o que é competência, embora as linguagens para explicar a definição sejam diferentes, na realidade todos eles estão falando basicamente sobre a mesma filosofia de trabalho dentro das organizações.

Algumas definições parecem bem diferentes umas das outras, porém se prestarmos atenção e analisarmos a fundo cada definição poderemos observar que todas as definições possuem pontos em comum.

Boog e Resende referem-se não ao termo “competências organizacionais”, mas preferem chamar de “competências empresariais”. Analisando as definições destes autores, podemos concluir que as competências organizacionais (ou competências empresariais) são aquelas competências essenciais para que a empresa sobreviva no mercado competitivo.

São competências características de uma empresa, aquelas que nenhuma outra possui de forma similar. Estas características são o diferencial de uma empresa, o que a torna única em seu segmento. Como o próprio Green (2000) explica, por serem essenciais e únicas de uma empresa, essas competências fornecem uma vantagem competitiva e geram valor percebido pelos clientes.

Quais os Tipos de Competências Organizacionais?

Segundo os autores Fleury e Fleury (2004) e Becker e Ruas (2005) as competências organizacionais podem ser classificadas em:

  • Competências Organizacionais Básicas: são as que contribuem para a sobrevivência da organização;
  • Competências Organizacionais Seletivas: diferenciam a organização no espaço de competição, contribuindo para uma posição de liderança;
  • Competências Organizacionais Essenciais: diferenciam a organização no espaço de competição internacional, contribuindo para uma posição de pioneirismo no mercado em que está inserida.

Autores como Fleury e Fleury (2004) e Becker e Ruas (2005) adotam o termo competência organizacional em vez de competências essenciais, argumentando que competência organizacional é mais abrangente a nível empresarial. Ruas (2005), frente a resultados coletados em pesquisas realizadas, identificou a existência de muitas organizações que se mantêm competitivas em seus mercados e que não necessariamente apresentaram um destaque global.

Quais são as Competências Organizacionais?

As competências organizacionais são as competências que a empresa tem de integrar e coordenar seus recursos e processos, de forma estratégica e competitiva de forma agreguem valor ao seu negócio: Elas se dividem em:

  1. Básicas: são as que contribuem para a sobrevivência da organização;
  2. Seletivas: diferenciam a organização no espaço de competição, contribuindo para uma posição de liderança;
  3. Essenciais: diferenciam a organização no espaço de competição internacional, contribuindo para uma posição de pioneirismo no mercado em que está inserida.
  4. Essenciais: diferenciam a organização no espaço de competição internacional, contribuindo para uma posição de pioneirismo no mercado em que está inserida.

Como Desenvolver as Competência Organizacional?

Desenvolver as competências organizacionais deve ser sempre o primeiro objetivo de uma empresa, pois dominando tais competências a empresa consegue garantias de um bom desempenho no mercado não só nos dias atuais, mas estará também garantindo este bom desempenho no futuro.

Porém, para se desenvolver competências organizacionais precisamos essencialmente de pessoas. As empresas funcionam através de pessoas e não de máquinas ou paredes.

São os colaboradores de uma empresa os maiores responsáveis pelo desenvolvimento de competências organizacionais. Por isto, muitos autores citados acima escrevem sobre a segunda dimensão da competência: as competências individuais.

As competências organizacionais se desenvolvem a medidas que as competências individuais se desenvolvem. Vale ressaltar que é o conjunto de competências profissionais que sustenta a competência organizacional. Não haverá competência organizacional onde não houver competência profissional.

Para potencializar o desenvolvimento das competências organizacionais, sugiro que a empresa adote a gestão de pessoas por competência.

A gestão de pessoas por competências é uma metodologia de gestão que visa gerenciar os diferentes tipos de competências dos profissionais da organização, a fim de auxiliar a empresa a alcançar seus objetivos estratégicos.

Ela inclui: selecionar talentos com competências, criar práticas que estimulem o desenvolvimento das competências necessárias na organização, fazer avaliação das competências e criar sistemas de recompensa para profissionais que se destacarem no sistema de gestão de competências.


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José Sérgio Marcondes – CES
Especialista em Segurança Empresarial
Consultor em Segurança Privada
CEO/Diretor do IBRASEP

Indicação de Artigos Complementares

Sugiro a leitura dos artigos a seguir como forma de complementar o aprendizado desse artigo.

Competência Individual: O que é, Quais são os Tipos e as 3 Dimensões

Gestão Organizacional: O que é? Funções

Fatores Críticos de Sucesso: O que são? Objetivos, Importância

Dados para Citação Artigo

MARCONDES, José Sérgio (16 de março de 2021). Competência Organizacional: O que é, Quais são, Como desenvolver?. Disponível em Blog Gestão de Segurança Privada: – Acessado em (inserir data do acesso).

Referências Bibliográficas

PETERAF, M. A. The cornerstones of Competitive Advantage: A Resource-based Vew. Strategic Management Journal, v.14, p. 179-191, 1993.

FLEURY, A. C. C.; FLEURY, M. T. L. Construindo o conceito de competência, RACRevista de Administração Contemporânea, Edição especial, 2001:183-196.

PRAHALAD, J. K.; HAMEL, G. The core competence of the corporation. Harward Business Review, p.79-91, May/Jun. 1990.

TAMPOE, M. Exploiting the corecompetence of your organization. Long Range Planning, Oxford, v.27, n. 4, p.60-77, Aug. 1994.

BOOG, Gustavo. O Desafio da Competência. Best Seller. São Paulo. 2000.

GREEN, Paul C. Desenvolvendo Competências Consistentes – Como Vincular Sistemas de Recursos Humanos a Estratégias Organizacionais. Qualitymark. Rio de Janeiro. 2000.

PETERAF, M. A. The cornerstones of Competitive Advantage: A Resource-based Vew. Strategic Management Journal, v.14, p. 179-191, 1993.

BARNEY, Jay B.; HESSERLY, Willian. Organizational economics: Understanding the relationship between organizations and economic Analysis. In: CLEGG, Stewart; HARDY, Cyntia; NORD, Walter. Handbook of organization studies. London: Sage Publications, 1997.

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Sobre o Autor

Autor José Sergio Marcondes

Graduado em Gestão de Segurança Privada, MBA em Gestão Empresarial e Segurança Corporativa. Detentor das Certificações CES (Certificado de Especialista em Segurança Empresarial), CPSI (Certificado Profesional en Seguridad Internacional), CISI (Certificado de Consultor Internacional en Seguridad Integral, Gestión de Riesgos y Prevención de Pérdidas). Mais de 30 anos de experiência na área de segurança privada. Consultor e diretor do IBRASEP, trazendo uma notável expertise em segurança, além de possuir sólidos conhecimentos nas áreas de gestão empresarial.

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